sábado, 24 de fevereiro de 2007

ZECA AFONSO




Vejam bem
Que não há
Só gaivotas
Em terra
Quando um homem
Se põe
A pensar
Quem lá vem
Dorme à noite
Ao relento
Na areia
Dorme à noite
Ao relento
Do mar
E se houver
Uma praça
De gente
Madura
E uma estátua
De febre
A arder
Anda alguém
Pela noite
À procura
E não há
Quem lhe queira
Valer
Vejam bem
Daquele homem
A fraca
Figura
Desbravando
Os caminhos
Do pão
E se houver
Uma praça
De gente
Madura
Ninguém vai
Levantá-lo
Do chão
Vejam bem
Que não há
Só gaivotas
Em terra
Quando um homem
Se põe
A pensar
Quem lá vem
Dorme à noite
Ao relento de areia
Dorme à noite
ao relento do mar


Obrigada Zeca

4 comentários:

Anónimo disse...

Posso aliar-me á tua homenagem? Todos não seremos muitos para agradecer o que fez por nós..Obrigada ao Zeca pela obra, Obrigada a ti pela lembrança.
Um abraço. ell

Anónimo disse...

então e o 24.º verso???!!!...

"de breu"

Anónimo disse...

Tenho uma flor amarela que simbolicamente vou deixar aqui.... Para ti... Ell

Anónimo disse...

Tenho uma flor amarela que simbolicamente vou deixar aqui.... Para ti... Ell